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Cariño

Posted: May 29th, 2020 | Author: | Filed under: himen elastika literatura erótica anti-pornográfica | Comments Off on Cariño

 

– Em espanhol algumas minas se chamam de “cariño”!!

– Carinho?

– Sim, de carinho, querida, bebê…

– É a coisa mais linda.

Um silêncio.

– Você acha que eu deveria ser mais carinhosa?

– Quê? Claro que não. Por que?

– Ah, sei lá, porque vc veio com esse papo do cariño e tem conversado sobre isso ultimamente. Achei que era um jeito seu de botar o assunto pra mim e me avisar.

– Não… eu só queria te mostrar a palavra fofa. Mas não ligo se quiser me chamar assim rs.

– Você me diria se precisasse que eu fosse mais carinhosa com você?

(Exitei um pouco mas depois saiu). – Diria. (E ela acreditou)

Não diria não. Essas coisas são difíceis. Pedir afeto é difícil porque, às vezes, acho que as pessoas só dão o que elas podem. Pedir mais afeto ou mais carinho seria interferir demais. O problema é que já tem um tempo que não me sinto acarinhada. Estamos juntas num relacionamento? Estamos. Mas não num relacionamento com carinho. Sempre soube que, depois de um tempo junto de alguém, o amor acabava. Isso é óbvio. Tá em todo livro, filme ou novela por aí. Só não sabia que o carinho acabava também. Disso não fui avisada. Fiquei pensando no que é que sobra então. A companhia, o sexo, alguns planos mas eles também desanimam se não tem carinho envolvido neles… Sobra o cuidado também. Cuidado não deixou de existir. Cuidamos uma da outra como se fossemos qualquer pessoa que necessita de cuidado. Carinho é um cuidado específico, mais direcionado. Mais gostoso também.

Talvez isso seja uma urgência amorosa que eu deva informar agora pra ela. Como falo isso? “Oi, sei que seu trabalho tá pesado e que já estamos juntas a um tempo mas será que você podia tentar ser um pouco mais carinhosa comigo?”. Péssimo. Dói de pensar, imagina de falar. Pode ser que eu esteja sendo mimada e exigente demais. É… Ela tem um monte de coisa pra pensar e vai ver isso passou despercebido ou talvez eu realmente não mereça mais do que esse nível de carinho. Há limites pra tudo e sei que tem vez que sou exagerada. Mas não custa falar, né? Já que tô pensando nisso. Posso falar que fiquei pensando nisso depois do que ela falou e queria conversar mais sobre!! Quem sabe mandar uma mensagem agora no meio do dia enquanto estamos cada uma num canto?!

(Txt) – Oi, lindezza. Aqui no trampo tá um tédioooo. Não deixei de pensar em vc nem um segundo, acredita? Tá tudo bem aí?

(Txt) – Tudo! Aqui tá chato tb mas eu dormi dps do almoço e foi legal.

(Txt) – Que bom que dormiu <3 Fiquei pensando dps q cê falou do lance do carinho uma coisa

(Txt) – Foi vc que falou

(Txt) – Eu sei mas vc me fez aquela pergunta e fiquei pensando

(Txt) – Q pergunta? bb tão me chamando aqui e vou ter que fazer umas coisas. Também tô mt tempo mexendo no celular. Vou dar um tempinho. Mais tarde to aí, Bjzzz

Não deu pra falar agora. Muita coisa deve estar acontecendo e é ruim mesmo passar muito tempo no celular, né? Deve ser isso.

Quando cheguei em casa ela já estava lá. Às vezes eu chego antes. Varia. Tava dormindo no sofá. Dei um beijo na testa. Fiz um lanche e deitei junto. Essa parecia uma sensação ideal de carinho mas ela estava dormindo. Não sei até que ponto era uma sensação compartilhada ou eu estava vivendo sozinha.

– Faz tempo que você chegou? (Ela disse acordando)

– Um pouco. Deu tempo de comer e de lavar a louça.

– Hm, então chegou agora porque eu já tinha lavado quase tudo rs

– Tá. Você me pegou. Lavei meu prato e..

(Me interrompeu) – Ai, quer transar um pouquinho?

– Agora? Do nada?

– Sim, você sabe que eu gosto de dar uma rapidinha depois de acordar.

– Ah, baby, não vai rolar. Tô sem pique. Sem contar que, na real, queria trocar uma ideia com você.

– Que foi?

– Preciso que você seja mais carinhosa comigo.

– Ué?! Isso é porque eu sugeri da gente fuder agora? Foi só uma ideia e eu já desisti dela. Por que isso agora?

– Não é agora, bem… você mesma não disse que tinha percebido que esse assunto ta rondando a gente? Teve também nossa conversa hoje cedo sobre “cariño” e sei lá, achei que você tivesse entendido.

– Acho que cê tá viajando. Eu tô o tempo todo aqui pra você. Agora pouco a gente tava abraçada…

– Fui eu que te abracei. Sou sempre eu que te abraço, se eu não não me enfiar no meio dos seus braços acho que eles nem aconteceriam.

– Mas eu retribuo.

– Isso não é o mínimo?

– Já disse que você tá viajando, pedindo demais pra uma situação besta. Vou encontrar umas amigas daqui a pouco pra gente beber no centro. Por que você não vem pra relaxar?

– Não preciso relaxar, preciso conversar com você.

Brigar assim dá vontade de terminar. Sempre. Faz tempo que essa sensação não acontecia mas depois de sentir ela uma vez, já era. A parte boa é que agora tenho um tempo maior pra ficar sozinha pensando e quando ela voltar mais tarde a gente pode investir nisso de novo. Que droga. Odeio ficar esperando por uma conversa que poderia ter acontecido antes. Naquela hora. Qual a dificuldade?

Os minutos tavam passando muito devagar enquanto ela não chegava. Comi todas as unhas e as comidas da casa. Já me masturbei ouvindo duas músicas que eu gosto mas gozei rápido porque não tinha tesão. Ela chegou e agora era eu que estava jogada no sofá.

– Trouxe um docinho.

– Tá bom. Deixa aí que depois eu como.

– Que houve?

– Comi todas as comidas da casa enquanto você não chegava e agora to sem fome.

– Tá, mas o que houve mesmo mesmo?

– Você me deixou aqui no meio de uma conversa que era muito importante pra mim.

– Te chamei pra ir comigo beber com as meninas.

– Mas eu queria que a gente, pelo menos, tentasse concluir as conversas, as ideias. Não queria tomar cerveja e falar besteira hoje.

– Desculpe. Devia ter ficado. A gente nem bebeu quase nada. No final das contas ficamos conversando sobre o casamento da Isa que vai rolar mesmo elas se odiando. É tudo pra manter a imagem delas de relacionamento eterno. Fico triste. Daí pensei em você. Que preciso melhorar. Que te amo como nunca amei ninguém.

– E isso é bom? Você me amar como nunca amou ninguém antes? Me diz por que eu preciso saber. Às vezes acho que se você me ama como nunca amou ninguém então não quero.

– E o que é que você quer?

– Quero que você seja mais carinhosa comigo!

Silêncio.

– Da primeira vez que você me disse isso eu não dei tanta atenção mas agora entendo a importância. Será que você me desculpa e me diz como que eu tenho que fazer?

– Sim, cariño.

Um abraço depois disso e senti que parte das coisas estariam resolvidas.

– Linda, acho que agora eu tô pronta e tô querendo transar com você. Na real, enquanto você não tava eu até toquei uma siriricas só que senti falta de beijar sua boca enquanto tô pra gozar. Igual a gente faz.

– Hmm eu tava pensando e querendo a mesma coisa.

Ficamos abraçadas um tanto de tempo. Difícil desgrudar de um abraço carinhoso. Além de tudo, às vezes, no meio do abraço, as pernas se encaixam dum jeito que não dá vontade de sair. A vontade é a de apertar mais, roçar, roçar, roçar até ter um orgasmo. Estar abraçada também deixa que a gente sinta, beije, mordisque o pescoço uma da outra. Não deu pra ficar muito tempo de roupa. Tiramos os shorts que já estavam quentes. As calcinhas grudando. Ela abriu as pernas. Encaixei as minhas de um jeito que meu clitóris roçava na coxa e, depois no clitóris dela. Pra cima e pra baixo. Adoro a fricção e todo esse momento. A cama balançando, o corpo indo e voltando, a gente mordendo a boca. Às vezes demora um pouco pra gozar mas outras vezes eu já gozei antes de começarmos. Dessa vez gozei antes, depois, durante. Já acabou e ainda tô gozando.

Tesoura é instintivo, né? Tem vez que nunca vai mas é sempre gostoso. Quando estamos muito molhadas posso ouvir os barulhos. Até esqueço que quero atingir um orgasmo quando roçar é o orgasmo em movimento. Parece que uma buceta quer comer a outra. Nem imagino como deva ser gozar ao mesmo tempo.

 

 

 


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