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Cumbia Del Inferno

Posted: July 8th, 2020 | Author: | Filed under: himen elastika literatura erótica anti-pornográfica | Tags: , , , , , | Comments Off on Cumbia Del Inferno

– Melhor fazer aqui ou em outro lugar?

– Ah, cê sabe que pra mim o melhor lugar é a casa. Sempre. Sem contar que aqui a gente se protege do tédio, caso ele apareça; se protege de qualquer climão que possa surgir e de todas as outras coisas possíveis.

– Tá. Então vou convidar só quem eu acho que vem mesmo. Você vai chamar todas as suas amigas?

– Nossas amigas são as mesmas rs

Uma parte só. Mas tenho que admitir que depois de que decidimos morar juntas isso ficou mais intenso. As nossas amigas são as mesmas. Como ela mesma disse. Facilita em partes porque a lista é uma só pras festas mas quando se trata de socorro ou de consolo, a lista também é uma só. É a mesma.

Não estudamos juntas nem nos conhecemos no trabalho. As amigas realmente vieram de locais diferentes mas na comunidade sapatão a integração é rápida e quando fui perceber os círculos já tinham se misturado. Sem contar que, algumas já haviam se relacionado com outras como já estamos acostumadas.

Hoje ficou decidido que iríamos apresentar a casa e o “viver juntas” pra todas. A gente também decidiu não casar e este seria o momento que substituiria o casamento. A nossa festa. Tenho até um vestido de noiva colorido que não se parece nada com um tradicional. Isa vai vestir algo que não sei, junto com um chapéu mexicano. Cumbia. Pensamos em algumas pinturas corporais pro rosto e pro corpo. Queria usar algo azul nos olhos.

Tomara que todas venham com fantasias. A festa tem um propósito mas também é uma desculpa para me vestir de demônio e receber as mulheres que eu gosto. Não sei se Isa sabe mas eu me sinto realmente mais atraente quando me fantasio assim. Me fantasio às vezes, fora de contexto, pra mim mesma e fico reparando em como o meu olhar gosta do que vejo.

– Bem, uma amiga minha que você ainda não conhece vai vir hoje, tudo bem?

– Por mim tudo bem. Vou começar a me trocar. Recebi umas fotos no grupo. Você não vai ser a única com um chapéu mexicano rs

– O nome dela é Débora.

– Hm, bonito o nome. Sinto que quer me dizer alguma coisa.

– Quero. Tive um sonho hoje a noite com ela. Nunca me aconteceu de sentir atração nem nada mas no sonho a gente transava aqui.

– Nós três?

– Sim, eu você e ela.

– E você acha que a gente devia fazer?

– Haha não sei. Acho que te contei isso mais porque eu sei que você pensa em fazer um menage e tenho sentido uma parte de mim querer também.

– Tá bem, amor. Vou ficar atenta aos detalhes hoje. Por que não me apresenta ela e nós vemos como as coisas acontecem? Sei lá, não gosto muito de marcar essas coisas. É bom quando essas situações só fluem.

Antes de me trocar pensei em me masturbar no chuveiro. Tem um vibrador que quase não usamos pra quando tem água corrente envolvida. Sempre me sinto melhor e mais viva depois de gozar comigo mesma. Me fantasiar depois disso foi um ritual muito mais gostoso e sensível. Podia sentir meus dedos mais ágeis para pentear os meus cabelos, os batimentos cardíacos mais leves depois de passar o corpo por um estado de clímax e a boca com um pouco de saliva. Me masturbar me causa muitas coisas boas mas, quase nunca me deixa com menos vontade de transar. O efeito é outro e as duas coisas são diferentes.

– Já ligo o som?

– Sim. Quero dançar um pouco você antes.

– Antes do que?

– Antes das outras chegarem, antes de você me apresentar pra sua amiga que eu ainda não conheço, antes da gente talvez fazer um menage.

Rimos juntas e dançamos um pouco juntas. Algumas de nossas amigas chegaram antes. Mais tarde a casa encheu. Em um momento Isa veio até onde estava, avisou no meu ouvido que ela havia chegado, deu um sorrisinho e saiu. Senti um arrepio e sabia o que significava. Antes de seguí-la, parei e observei o meu corpo: corado, com um pouco de calor e uma pequena lubrificação na vagina. Penso se não foi a cumbia grave de fundo que transformou essa informação simples num convite extremamente excitante que percorreu todo o meu corpo, ou ainda, as fantasias que usamos todas e que representam parte dos nossos desejos. Fiquei paralisada uns segundos pensando, mordisquei a boca e fui atrás delas.

– Essa é Carla. Carla essa é a Lorena minha companheira.

– Finalmente! Isabela sempre falou de você e ja estava começando a pensar que ela tinha uma namorada imaginária.

– Haha então que bom que a gente se encontrou pra você ver que eu existo e que faço uma caipirinha maravilhosa. Você quer?

Fomos as três pra cozinha. Conversamos a maior parte da noite. As três. Carla queria ouvir histórias sobre as nossas amigas que estavam na festa porque não conhecia ninguém. Só nós duas. À cada história que contávamos nos olhávamos no fundo dos olhos. As três. No começo olhares mais tímidos mas ao longo dos minutos alguns olhares começaram a acompanhar alguns suspiros. As histórias ainda estavam sendo contadas mas era somente uma desculpa pra ainda continuar mexendo a boca e a língua. Nos aproximamos para facilitar um beijo entre duas. Depois entre as três e alternando. Perguntei se elas achavam que seria muito ruim se escapássemos uns minutos da nossa própria festa. Subimos para o quarto. Acho que ninguém reparou. Fui a primeira a ir para a janela e ficar observando as duas. Disse que me agradaria vê-las dalí um pouco. Gostei da presença do som da cumbia ao fundo, de ouvir os suspiros, os beijos e as vezes em que olhavam para mim. Confesso que ver a minha companheira chupando a buceta dela me proporcionou um orgasmo visual. Visual e físico. De ficar escorrendo. Depois de sentir as coxas molhadas, passei a mão e chupei os dedos. Deitei ao lado delas. Assisti seus orgasmos até o final. Senti uma sensação extrema de relaxamento.

– Deixa eu sentar em você? – Disse pra Carla que estava retomando a respiração aos poucos.

Sentei e ela revirou os olhos quando percebeu o quanto estava molhada. Ao mesmo tempo, pediu pra ser chupada de novo e assim fizemos ficando imersas nos nossos barulhos até retornarmos aos barulhos da festa que havíamos marcado.

 

 


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